Os Sinos da Igreja das Dores
Sinos das Dores
dos detratores
praguejadores
de meus temores
Sinos das dores
dos enforcados
dos condenados
injustiçados
escravizados
Sinos das dores
dos colibris
dos bem-te-vis
dos chauve-souris
dos roedores.
Sinos das dores
de meus temores
de maus humores
de vaticínios
de latrocínios
de morticínios
Sinos das Dores
dos pecadores
praguejadores
Sina das dores
dos redentores.
Pontos y cruzes
Será que sou triste
Será que estou morta
Será que estas cruzes
Que cruzo e descruzo
Que arrasto no rasto
Que mostro no rosto
Será que é caminho
Será que é morte
Será que é o prazo
Cobrado do rastro
Cortado da carne
Mostrado no rosto?
Será que é a morte
Que cruza e descruza
Que passa se apressa
Envolta na vida
Será que é tristeza
Será que estou morta
Será que estou morta?
Poemeto jâmbico cataléctico
Na valsa
Ela dança
Descansa
Segura
No braço
De abraço
Apertado.
Valsando
Rodando
Marcando
A cadência
Da valsa
A dolência
Do afago.
Na dança
balança
Não cansa
Rodando
A esperança
No abraço
Estreitado
Valsando
Rodando
Sonhando
Descansa
A lembrança
Dos braços
Do amado.
Os últimos estertores da Serra do Mar
Paridos
em fogo e lava
jazem os dorsos
dos dinossauros
empedernidos.
O suor da terra
ergue-se em véus
que se desfazem
e se refazem
se acasalam
parindo a chuva
lavando a lava
empedernida
dos duros dorsos
dos dinossauros.